Menina, guardo você comigo

      Uma fotografia. A reação, imediata. Um sentimento escondido e guardado há mais de um ano desperta suavemente. Mas, aos poucos, se intensifica mais e mais até alcançar a plenitude. Não há como negar e, muito menos, fugir. É encanto puro. E ele fica explícito de maneira surreal, em qualquer parte do corpo. O olhar, as palavras utilizadas nos diálogos cotidianos, a motivação para realizar as atividades e o sorriso são os sinais que evidenciam, claramente,  o reencontro. O reencontro com a felicidade, com o permitir-se apaixonar. 
       Aos poucos e, com o passar dos dias, outros sinais começam a manifestar-se. A morena de sorriso perfeito e vergonha infinita, não é apenas contemplada em uma imagem presa à tela de um computador. Ela, que fala, brinca, sorri, caminha e tem uma vida recheada com atividades jornalísticas, começa a ser admirada constantemente. Nas conversas diárias das redes sociais e, especialmente, em meus sonhos. Seja ao repousar minha cabeça sobre o travesseiro, seja à luz do dia, no exercício assalariado de meu dia-a-dia. E os índices de intensidade não diminuem, tampouco se dissipam ou se dissolvem como o açúcar num copo d'água. Aumentam, apenas.
      O efeito colateral, que ainda distante, já anunciava aos quatro ventos sua aproximação, chega repentinamente. E instala-se em seu alvo. O coração. Mas, não há com o que se preocupar. Os sintomas e sensações identificados, neste caso, não têm nada a ver com aqueles provocados por qualquer remédio manipulado nos laboratórios químicos ou farmácias. Seu benefício é gigantesco. E o primeiro, mais forte, palpável e indiscutível, grita: menina, guardo você comigo.